Os Jafumega foram uma das bandas mais maduras do 'boom'. Inseridos num fenómeno alargadíssimo de projectos, a banda de Mário Barreiros, Eugénio Barreiros, Pedro Barreiros, Luís Portugal, Álvaro Marques e José Nogueira, revelou-se desde o primeiro álbum, um projecto musical consistente. Ver destaque Jafumega no museu aqui.
Os Roxigénio foram uma das bandas mais coerentes da (chamada) música pesada nacional. Digo isto por terem conseguido editar três albuns, um feito para a maioria das bandas e, nos mesmos, seguirem uma linha própria. É certo que são acusados disso mesmo, de um certo mimetismo de si próprios; mas tal reflecte a personalidade da banda. Personalidade que muito deve ao carismático e controverso vocalista, Sérgio Garcez, e do guitarrista Filipe Mendes.
Publica-se, também, um texto sobre o 1.º álbum da autoria de Júlio Marques, do blog 'Culto do Vinil'.
Se há banda da qual pouco mais se pode acrescentar em termos de novidade informativa, serão os Xutos & Pontapés. A sua longevidade, conferindo-lhes um estatuto único de aceitação no panorama português, arrastando gerações, leva-os a ser o projecto mais revisitado, seja em biografias do grupo, banda desenhada, livro para crianças, dvds, etc. Mas tinham sempre de ser um dos destaques das comemorações dos 30 anos do 'boom'.
Os Street Kids foram das bandas que largaram a língua inglesa (dos dois primeiros singles) para cantar em português (LP "Trauma", de 1982), aproveitando a apetência para ouvir música moderna em português, janela aberta pelo 'boom'. Um ano depois, regressam às origens, gravando o último disco, o máxi "So far for so long".
Os Opinião Pública são uma banda que não teve um sucesso esmagador, como tantos outros projectos de então. Porém, o tempo encarregou-se de lhes conferir uma aura e são hoje referenciados por diversos melómanos – André Nascimento, responsável pelo blogue "Hoje há punk rock no liceu", considera mesmo o LP "No Sul da Europa" o melhor de 1982.
Os Xeque-Mate, banda portuense, foram mais um dos projectos nacionais de inícios de 80 a tentar vingar no heavy-metal. Francisco Soares, vocalista da banda, em entrevista ao museu.
Em destaque hoje, os nazarenos Alarme, vencedores do célebre concurso "Só Rock", em Coimbra e no ano de 1981. Em entrevista, Carlos Cavalheiro, vocalista da banda que regressou, em 2009.
Os Da Vinci, banda com um cunho musical e visual muito próprios e não é possível falar da música portuguesa de 80's sem falar da banda de Iei Or e Pedro Luís Neves (que havia sido teclista nos Tantra, no 2.º e 3.º álbuns).
Os Ópera Nova foram um projecto dentro do que então se chamava de neo-romântico, a exemplo de outros projectos de além-fronteiras, mas como nos diz Luís Beethoven (fundador e presente na 1.ª fase da banda), os portugueses gostam de comparar.
Aníbal Miranda chegou a Portugal, regressado da sua vivência londrina, em plena altura em que se dá o 'boom'. Quando aqui chega é já um músico experimentado e traz, inclusive, um single gravado ("7 in the morning") que lança pela Polygram.
Hoje, destaque para os Rock & Varius que no segundo álbum surgem já como Roquivários (no LP de mesmo nome que tem "Cristina (beleza é fundamental"). Em entrevista, Midus, baixista e vocalista da banda.
Os Trabalhadores do Comércio tornam-se um caso sui generis no panorama musical, pelo humor introduzido no rock luso. Quem não se lembra de "Chamem a polícia"? Mas engane-se quem julgue que estes Trabalhadores descansam à sombra do passado. Leiam e confiram a entrevista ao hoje emigrante (em Vigo) Sérgio Castro.
Hoje, destaque para os Heróis do Mar, banda com um dos maiores 'hits' do 'boom', "Amor", e que trabalhou durante quase uma década, legando-nos uma interessante carreira discográfica. Carlos Maria Trindade, teclista da banda, em entrevista: "Os Heróis estavam 20 anos à frente no seu conceito de recuperação dos valores humanistas do passado português".
Destaque hoje no museu para António Variações, repetindo a dose de Abril. Mas este genial artista não podia passar ao lado dos 30 anos de comemoração do 'boom'.
Os Ferro & Fogo são hoje uma banda de 'covers' mas gravaram quatro discos de originais entre 1981 e 1984. Banda de extrema energia em palco, tem em João Carlos, o líder e resistente na banda, em entrevista hoje ao museu.
Tó Neto quando lança o seu primeiro disco, "Láctea" já o 'boom' do rock português está em fase de rescaldo. Noticia-se que os computadores chegaram à música ou vice-versa.
O Grupo de Baile foi, com "Patchouly", um dos casos de maior sucesso, não só do 'boom', como também da história do rock português. Entrevista com Carlos Manuel Tavares, vocalista da banda.
Em destaque, hoje, no museu, os Pizo Lizo, que gravaram um único e saudoso single. O som da banda, nas próprias palavras da banda, era "Metal consolidado no balanço do Rock (sem ferrugem)".
Hoje, destaque para os Salada de Frutas, grupo com duas vidas distintas, uma com Lena d'Água e outra sem a cantora. Passou-se de "Robot" ao "Se cá nevasse". Entrevista com Moz Carrapa, guitarrista convidado primeiro e membro efectivo depois.
Os Iodo, outro grupo de Almada, foram dos que prometiam uma expectável evolução; o som dos singles, que Jorge Trindade (guitarrista) destaca na entrevista que concede ao museu, é electrizante. Havia ali rock com cunho próprio.
Destaque, hoje, nos 30 anos do 'boom': os GNR - Grupo Novo Rock. Banda de sucesso imediato, com dois singles: "Portugal na CEE" e, depois, "Sê um GNR". Já com Rui Reininho, gravarão um álbum notável, "Independança". Entretanto já se notavam as divergências que criarão cisões na banda.
Em entrevista: Vítor Rua, um dos fundadores da banda.
O destaque de hoje no museu, com entrevista à banda, são os Táxi. "Chiclete", "TV WC", "É-me igual", "Cairo", "O fio da Navalha", "Sing Sing Club"... têm continuação no novo álbum "Amanhã".
O responsável pelo blog Rock em Portugal escreve sobre À flor da pele, o primeiro LP dos UHF. Hoje, também em destaque no... destaque à banda de Almada:
O Museu está a comemorar 30 anos sobre o 'Boom' do Rock Português. Recortes de época, entrevistas a bandas e músicos, discos lembrados hoje. Até 10 de Julho.
A devoção por Amália levou-o a escrever o verso que tão bem conhecemos. Mas, hoje, também podemos dizer o mesmo de Variações, o grande inovador da pop portuguesa. Que ainda se reinventa por terceiros, através das suas criações. Sejam as que deixou em disco ou por gravar. Esta quinzena, as actividades do museu (lado B) são todas dedicadas ao génio que veio do Minho.
O single que hoje aqui recordamos terá sido um dos de maior sucesso da banda (em termos globais, apenas superado pelo grande êxito "Souvenir") e inspirou-se no terrível vôo de Hiroshima. "Enola gay" era o nome do avião que carregou a histórica e odiosa bomba. Em jeito de protesto, quase quatro décadas depois, tornou-se uma canção/ícone pop.
Bota Fora, editado em 1975, foi o primeiro LP de Júlio Pereira, embora tenha tido a co-autoria de Carlos Cavalheiro. Acontece que não se tratou de um disco de música popular, mas sim de um rock com uma temática politizada e em prol das revoluções nas (ainda então) colónias portuguesas.
Recordamos um artigo da autoria de Célia Pedroso e publicado no semanário "Êxito" no dia 31 de Outubro de 1985, sobre o maxi-single "Ocidente Infernal" de Pedro Ayres Magalhães. A reboque do tema ainda se fala, em caixa à parte, dos Heróis do Mar e da viagem a Macau – que acabará por influenciar o conceito e nome do LP seguinte – bem como da mudança de editora prestes a acontecer.
O período que compreende os anos de 1980, 1981 e, ainda, 1982, é profícuo em nomes e mais nomes na música portuguesa. Não só na esfera do pop-rock. Mas, sendo esta a vertente tornada, enfim, novidade em larga escala nacional, é aqui que encontramos casos singulares.
Uma dessas bandas são os curiosos BVB (Bombeiros Voluntários de Barcarena), com um único single.
Street Kids, discografia e LP "Trauma" em destaque no regresso do museu às actividades regulares:
Os Street Kids foram uma daquelas bandas que, não passando propriamente despercebidas, não foram um sucesso à escala dos maiores do boom. Os seus singles não tiveram o mediatismo de um "Patchouly" ou de um "Chiclete". Mas, por outro lado, terão sido das bandas que deixaram uma marca mais efectiva, criativa; podemos mesmo afirmar: de qualidade.
Este blogue é o lado visível de um projecto que está alojado em www.museudoboom.comyr.com e que pretende ser um espaço das minhas memórias sobre o "boom" do rock português. Cresci a ouvir as ondas hertzianas inundadas desta música em formato luso, à data uma autêntica novidade para a esmagadora maioria dos portugueses. É certo que já existia. Mas nunca antes com uma força igual.
Votação para melhor LP do rock português entre 1980 e 1983
Votação para melhor single do rock português entre 1980 e 1983