quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Malta à porta em 1981


Deve-se a este disco, o primeiro dos três que os Iodo editaram, o catapultar da banda para o sucesso. Logo depois segue-se "A canção" (gravado nas sessões de "Malta à porta"), single editado por pressão, ou melhor, decisão da editora, na esperança de novo sucesso. "Manicómio", o LP, surge já com alterações na formação inicial e, tal como o registo anterior, não consegue suceder ao disco em análise aqui.

A história subjacente às pressões da editora e ao facto do sucesso súbito ter precipitado um cenário que, em última análise, prejudicou e extinguiu a banda, é similar a muitos e muitos projectos de então.



[ secção Destaque - Single no Museu; ver mais aqui  ]

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ponto de situação // Newsletter n.º 3


O museu entra na sua quarta semana (24-30 de Outubro) amanhã, sábado. Os conteúdos estão desde já online.

Sábado passa a ser o dia da semana de publicação das secções temporárias ("Destaque LP", "Destaque Single", "Discografia", "Recortes", "Extra-boom" e "Lá fora") e, também, de conteúdos que sejam pertinentes (como foi o caso da entrevista, esta semana).

O site, através da colaboração de muitos, com as suas críticas e sugestões, tem sido regularmente sujeito a pequenos acertos, correcções e pequenas modificações. Qualquer sugestão e/ou informação que tenham, por favor, façam o favor de dizer.

Brevemente, a sala dos singles será actualizada e terá nova cara. Outras novidades serão também, a médio prazo, introduzidas.

Entretanto fica aqui a "Newsletter n.º 3".

Kim Wilde - Kids in America


É comum dizer-se que filho de peixe sabe nadar e assim se passou com esta senhora que agitou a cabeça de muitos adolescentes nos anos 80. Quer pelo pezinho de dança, quer pelo seu encanto.

Filha de uma vedeta rock'n'roll dos anos 50/60, Marty Wilde, Kim iniciará um autêntico negócio de família (juntamente com o pai de ambos, o seu irmão Ricky assinará os temas deste single), tornando-se, ao que consta, a mais bem sucedida artista britânica da década.



[ secção Recortes no Museu; ver mais aqui  ]

GNR sem defeitos


Para promover o seu segundo álbum de originais, "Defeitos especiais", os GNR, através de Rui Reininho e Alexandre Soares, dão uma entrevista à Música&Som, ao jornalista Rui Monteiro.

Depois de uma breve "definição" sobre a estranheza inicial na audição dos GNR, pelo entrevistador, o grupo explica o porquê de "Defeitos especiais" ser um disco trifásico.



[ secção Recortes no Museu; ver mais aqui ]

Acto contínuo - LP de Jorge Palma


Esta secção dedica-se, esta semana, ao quarto álbum de originais de Jorge Palma, "Acto contínuo". O qual veio ao mundo em dose dupla.


Jorge Palma é hoje um fenómeno de popularidade, mesmo de vendas, com o já batidíssimo nas ondas hertzianas, "Encosta-te a mim".


Mas não foi sempre assim. Levou tempo para que o reconhecimento viesse, principalmente
do grande público.



[ secção Extra-boom no Museu; ver mais aqui ]

UHF - Discografia


Os UHF são, ainda hoje, uma banda de poucos consensos entre os ouvintes ou mesmo junto daqueles que, pura contradição, dizem não os ouvir. Crítica especializada, incluída.

Resultado: uns amam e outros não compreendem os que assim se dedicam.


Particularmente, gosto dos UHF e desse lado cénico das palavras de António Manuel Ribeiro. Não estarei em sintonia com todos os seus discos, mas tal, na vida e em tudo o que ela comporta, é de uma impossibilidade lógica. Parece que digo isto como uma prévia desculpa e, em abono da verdade, é.

Porque é difícil falar de UHF, quer pela complexa discografia, quer pelo percurso evolutivo da banda e das formações.

[ secção Discografia no Museu; ver mais aqui ]

domingo, 18 de outubro de 2009

UHF - Jorge Morreu


Este disco teve duas edições. A primeira, pouco antes do "boom", quando poucos acreditavam na música moderna portuguesa e os UHF procuravam claramente remar contra a maré. Tinha um desenho na capa, a cores, simulando uma frequência de som, com as letras (nome da banda) a azul.

A segunda, já em plena euforia pós-Chico Fininho, com nova capa, a preto e branco, com foto da banda em negativo.

Poucos, de facto, acreditavam na música moderna portuguesa. António Manuel Ribeiro (AMR), em declarações à Rádio Radar, nesta terceira semana de Outubro de 2009, a propósito da comemoração de edição do presente EP, fala mesmo que, quando tentaram promover "Jorge Morreu", dizendo que eram uma banda de Almada que cantava rock em português, a resposta saía rápida: "rock o QUÊ?!".

(a imagem é a capa da 2.ª edição)

[ secção Destaque - Single no Museu; ver mais aqui ]

CTT - Oito encomendas discriminadas no verso


Este LP é um dos que recordo, embora me tenha escapado nos anos 80; ou antes, não o adquiri no tempo em que o vinil ainda não tinha sido usurpado pelo cd. Porque, em boa verdade não me escapou, lembro-me de ouvir o "É bom" na rádio e as restantes músicas em prato alheio.


Porém, ficou-me sempre marcada a visão da capa, seguramente uma das mais criativas do "boom" e da música portuguesa em geral. Assim sendo, se fosse pela capa, a nota seria de caras a máxima.

Aos CTT [que antes (e também depois) do "boom" se apresentavam e gravavam como Conjunto Típico Torreense, grupo de música tradicional], aconteceu o mesmo que a várias outras bandas: não conseguiram transmitir totalmente a força dos singles editados quando confrontados com um trabalho de maior fôlego. Principalmente a veia criativa de "Destruição", um rock pesado e certeiro, que trazia no lado B um tema ainda hoje muito "cool", quase 'ska': "Vai no ar". Mas este "Oito encomendas...", apesar de revelar uma banda segura e competente (e os anos de estrada da versão tradicional ajudaram, certamente), precisaria de mais tempo, quer de maturação, quer de gravação. Embora tal fosse apanágio de 90% do fenómeno...



[secção Destaque - LP no Museu; ver mais aqui  ]

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Newsletter do museu _ n.º 2


Semana de 15 a 21 de Outubro de 2009.

[clique na imagem para ver ou descarregar]

Queen - Flash Gordon


Antes de dizer algo sobre este álbum dos Queen, é lícito afirmar que é uma das minhas bandas de eleição e crescimento.


Quanto ao álbum, reflecte uma época em que a banda já se tinha rendido aos sintetizadores; quem abrir qualquer capa de um álbum dos Queen até ao duplo ao vivo, Jazz Killers, poderá verificar que os músicos se orgulhavam do oposto, escrevendo na ficha técnica algo similar a "no synths". Por oposição, em Flash Gordon todos os elementos da banda tocam sintetizadores.


A formação inglesa sempre sofreu um pouco de alguma acutilância por parte da crítica especializada, nomeadamente no início com a comparação dos três primeiros LPs a uma fórmula triada da música trazida pelos Led Zeppelin, e, quanto ao público conquista-o com a A night at the opera.


Essa crítica não voltou a poupar farpas a esta nova roupagem mais virada para a electrónica dos Queen.


[secção Lá fora no Museu; ver mais aqui  ]

"Heavy metal" à portuguesa





Estamos em pleno auge do "boom" quando os NZZN lançam o seu segundo single, de seu nome "Trip fixe". O documento que aqui se apresenta é o press release, ou como está no topo da folha, "informação" (à Imprensa, claro), da editora Vadeca.



Não está datado, pressupondo-se que estamos no Verão de 1981, uma vez que se refere a data de lançamento do 1.º single, "Vem daí/Deixa arder", ou seja, Maio desse ano.


O texto apresenta, genericamente, a banda, sem grandes floreados, destacando-se a curiosa frase supra citada em título no seguinte parágrafo:


"A ideia de voltarem a juntar-se para o projecto NZZN ficou a dever-se à grande identidade musical existente entre estes 4 músicos da nossa praça, que enveredam pelo heavy metal à portuguesa".


[secção Recorte no Museu; ver mais aqui  ]

Quando o Cid era do rock




José Cid, pois claro. Não tendo sido um nome directamente responsável pelo "boom", deve ter sorrido com a apetência das pessoas para o rock cantado em português, face a todo o seu papel na música moderna portuguesa nos fins de 60 e grande parte da década de 70.


No entanto, para a generalidade das pessoas – veja-se, por exemplo, a citação constante em textos de humoristas nacionais –, é um ícone de gosto duvidoso (seja lá isso o que for) na música. Portanto, um fenómeno incompreensível. Mas o que os comediantes e a maioria das gentes provavelmente ignoram é que o músico teve um percurso único e de relevo nos anos citados.





Cid foi, sem sombra de dúvidas, um dos músicos mais activos nesse período, desdobrando-se entre a música ligeira e, mais importante ainda, no pop/rock português.


[secção Extra-Boom no Museu; ver mais aqui  ]

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Os inventores


Goste-se ou não, foram uma das bandas mais inovadoras e consistentes que resultaram do "boom".

Os Heróis do Mar, porém, nunca foram uma banda de consensos. Muitas vezes arrasados pela crítica especializada (a mesma que volvidas quase três décadas, os aclamam), por vezes acarinhados pelo público, outras nem tanto, os Heróis deixaram um importante legado musical e visual. Cada disco era uma novidade representando, quase sempre, um caminho diferente.

Nascem das cinzas de um dos projectos mais inovadores de sempre: os Corpo Diplomático (estes, por sua vez, remanescentes dos 
punks Faíscas), banda que lançou um single (promo), "Festa do Bruno", e, um LP, "Música Moderna". Deste grupo sairam Pedro Ayres Magalhães (baixo), Paulo Pedro Gonçalves (guitarra) e Carlos Maria Trindade (teclados); contam ainda com a experiência de um ex-Tantra, António José Almeida (bateria), e, para vocalista, é recrutado Rui Pregal da Cunha.



[secção Discografia no Museu; ver mais aqui ]

domingo, 11 de outubro de 2009

Heróis do Mar - "Heróis do Mar"


Este deve ser, seguramente, o disco mais polémico do "boom". Nem o calão do "Patchouly" retira tal "distinção" ao álbum de estreia dos Heróis do Mar.

Perceber porque tal aconteceu, embora os Heróis do Mar refutassem sempre tais acusações, não é difícil. Os anos quentes da Revolução de Abril ainda estavam muito presentes e alguém que apelasse aos Descobrimentos, a um certo sentido patriótico, "cheirava" a Estado Novo. O mesmo Estado Novo que tanto privilegiou determinados períodos da História nacional, empolando-as muitas das vezes, como foi o caso da Expansão Marítima.

A própria estética da banda, com fatos próprias, bandeiras e uma pose militarista enfureceu muita gente e, entre estes, os jornalistas do "Sete", semanário dedicado ao entretenimento e cultura.



[secção Destaque - LP no Museu; ver mais aqui ]

sábado, 10 de outubro de 2009

DEMAGOGIA - LENA D'ÁGUA & ATLÂNTIDA




Ora aqui está a nossa emblemática rocker de então. Quantas vezes depreciada por ser uma cara bonita, vista como uma parte do fenómeno mais soft e com menos qualidade.


Mas não é verdade (excepção feita à cara bonita): estamos em presença de uma boa voz (e as recentes incursões pelo jazz poderão acalmar os mais cépticos...) aliada a um dos melhores compositores do "boom": Luís Pedro Fonseca.


"Demagogia" é o tema escolhido para primeiro single do álbum de estreia, "Perto de ti" (que também é um tema e será o segundo single), o qual sucede ao lançamento (após a saída de Lena e Fonseca dos Salada de Frutas), do 45 rotações "Vígaro cá, vígaro lá", de 1981.


[secção Destaque - Single no Museu; ver mais aqui  ]

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Semana de 8 a 14 de Outubro

Já podem ser visitados os conteúdos da 2.ª semana do museu, tal como anunciado na newsletter aqui publicada.

Estão a ser feitos ajustes regulares ao museu, de modo a que se acerte o passo e vá ficando cada vez mais simples de aceder.

Qualquer erro detectado, sugestão ou informação pertinente, agradeço que me contactem por e-mail ou deixem comentário aqui. OBRIGADO.

ALC

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Duran Duran


Estávamos em plena euforia do rock português quando os Duran Duran editam o primeiro álbum, o qual se revela, sobretudo, um registo discográfico de sucessos, sendo disso prova os quatro singles que dele se extrairam: "Planet Earth", "Careless Memories", "Girls on Film" e "My Own Way".
Mostra, também, uma nova época, dominada por um gosto musical a que se apelidará de neo-romântico, por onde trilharão bandas como Spandau Ballet e Classic Noveaux, ou os portugueses Ópera Nova ou Popeline Beije. Também os Heróis do Mar serão, regra geral e, quanto a mim, algo forçadamente, inseridos em tal onda.

[ ver mais aqui no museu ]

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Newsletter do museu _ n.º 1




[ Clicar na imagem para visualizar ou fazer download. ]

O meu museu do boom do rock português

O museu vai ter renovação das secções temporárias todas as quintas-feiras. Uns dias antes, será publicada aqui uma "newsletter" antecipando as secções [ hoje, será a newsletter nº 1, referente à semana 8-14 de Outubro ].

Outras secções, notícias e material pertinente poderão, também, ser exibidos/as. Porque nada é estanque, nem modelos, nem opiniões exclusivas. Outras opiniões, convergentes, divergentes, novas, antigas, são muitíssimo bem-vindas! É esse o espírito.

Desta forma, serve este post para agradecer a todos os que comentaram, enviaram e-mails e se prestaram a colaborar. Aliás, através das críticas e detecções de erros (entretanto corrigidos), a colaboração já está em marcha.

Ainda assim, gostaria de reforçar que todos os que quiserem colaborar com este projecto, sugerir, opinar, escrever, estejam à vontade. O meu e-mail está disponível no blog.

Obrigado.

ALC

sábado, 3 de outubro de 2009

"Prefiro de longe cantar em inglês"

Rui Veloso, em jeito de balanço, na curva descendente do "boom", em 1983, fez revelações curiosas à "Música & Som", em entrevista concedida a Ana Rocha.




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[ver mais aqui no museu ]

É ouvi-los...

O que sempre propusemos foi o experimentalismo
Nuno Rodrigues
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Ora aqui está uma das bandas mais apetecíveis e apetecidas da música portuguesa.

© António Luís Cardoso


Em boa verdade, se existisse hoje, seria considerada, como é moda dizer-se, um projecto. Isto porque, a Banda do Casaco não foi propriamente uma... banda. Ou antes, o protótipo de uma banda comum.
O que é comum, é dizer-se que se juntavam para fazer discos e a verdade não fica longe. Deram pouquíssimos concertos em pouco mais de uma década de discos: "É que ao todo, em dez anos, fizemos um espectáculo no Cine Teatro Encarnação, em Cacia, Viseu, Mafra e fechámos um espectáculo da Aula Magna onde também participaram os Trovante e a Brigada Vitor Jara" (Nuno Rodrigues à "Música & Som", nº 92, Junho de 1984)..
Mas, por outro lado, os dez anos de edições (1975/1984) consubstanciaram-se em muita música: sete álbuns de originais!


[ver mais no aqui no museu ]

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"AR DE ROCK" - RUI VELOSO


Este é, ainda hoje, um grande álbum. Grandes, as músicas e as letras – a maioria destas com a assinatura de Carlos Tê, emergente escritor de canções que se tornará um marco e referência da música portuguesa das últimas décadas. De tal modo é importante a sua participação que até "dá direito" a foto no "inner sleeve" (invólucro interior). E, nas palavras que Rui Veloso dá corpo musical, Tê não está nada mal acompanhado, pois dois poemas – "Miúda (fora de mim)" e "Donzela Diesel" – têm como autor António Avelar Pinho (um dos mentores da Filarmónica Fraude e da Banda do Casaco), que também produz o álbum.
"Chico Fininho" é o pontapé para o "boom", mas "Sei de uma camponesa", "Afurada" e "Bairro do Oriente", por exemplo, são temas fantásticos, levando a que se cumprisse o estipulado na contracapa: "este disco deve ser tocado bem alto".

[ver mais aqui no museu]

Um início louco dos 80

Hoje parece natural o sucesso de bandas e músicos de rock que cantam na língua mãe, como Pedro Abrunhosa, Clã ou Da Weasel. Porém, nos fins de 70, cantar rock era extremamente complicado e, em português,  era quase um suicídio. Até que veio o "Chico Fininho" e, com 'ele', o chamado "Boom" do Rock Português, arrastando nomes como os Taxi, UHF, Xutos & Pontapés, Jafumega, Heróis do Mar, Salada de Frutas, Lena d'Água, GNR, António Variações, Street Kids, Iodo, CTT e mais umas dezenas largas de músicos, bandas e similares...

É deste fenómeno que o "Meu Museu do Boom do Rock Português" se ocupa; com uma secção permanente onde se expõem LPs com as respectivas fichas, mas também singles. Outras secções temporárias (destaque, extra-boom, recortes, lá fora), um glossário, bibliografia, links, bem como uma história breve do acontecimento, completam o edifício museológico.

Acedam ao museu, e, por e-mail, ou aqui no blogue, dêem sugestões, informações, críticas...

Obrigado.

António Cardoso