sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Um início louco dos 80

Hoje parece natural o sucesso de bandas e músicos de rock que cantam na língua mãe, como Pedro Abrunhosa, Clã ou Da Weasel. Porém, nos fins de 70, cantar rock era extremamente complicado e, em português,  era quase um suicídio. Até que veio o "Chico Fininho" e, com 'ele', o chamado "Boom" do Rock Português, arrastando nomes como os Taxi, UHF, Xutos & Pontapés, Jafumega, Heróis do Mar, Salada de Frutas, Lena d'Água, GNR, António Variações, Street Kids, Iodo, CTT e mais umas dezenas largas de músicos, bandas e similares...

É deste fenómeno que o "Meu Museu do Boom do Rock Português" se ocupa; com uma secção permanente onde se expõem LPs com as respectivas fichas, mas também singles. Outras secções temporárias (destaque, extra-boom, recortes, lá fora), um glossário, bibliografia, links, bem como uma história breve do acontecimento, completam o edifício museológico.

Acedam ao museu, e, por e-mail, ou aqui no blogue, dêem sugestões, informações, críticas...

Obrigado.

António Cardoso

6 comentários:

cr disse...

Apesar de temporárias deveriam ficar em arquivo (nem que seja apenas no blog).

O texto pode dar origem a erros de interpretação por quem não conheça o que se passou. As editoras não estavam abertas aos sons mais modernos independentemente da lingua. Antes de Rui Veloso também eram excepções quem cantasse em inglês.

Com o "Chico Fininho" e outros a música mais moderna consegue vender e fazer-se notada nos meios de comunicação.

Os Joker ou os Plástica até foram destacados, muitos anos mais tarde, por serem dos primeiros nomes a cantarem em inglês que assinaram por multinacionais. Embora isso não seja verdade porque Tantra ou Arte e Oficio gravaram em inglês e em 80 por editoras multinacionais. Ambos já vinham de trás. Os Tantra a cantar em português e os Arte e Oficio conseguiram garvar para a Polygram graças ao sucesso dos Trabalhadores. Há sempre muitas perspectivas para analisar mas o denominador comum será o grande sucesso do rock cantado em português. A música chega às massas mas passa depressa porque em 1982 as editoras fecham as portas e ainda estamos alguns anos até que Rui Veloso, Gnr e xutos & Pontapés (e de certeza mais alguns) consigam voltar a que a música portuguesa atinja o grande público.

cr disse...

O comentário não era uma critica. Penso que me alonguei em alguns considerandos...

cr disse...

"Um pais louco pelo rock caseiro" é uma boa imagem do que se passou.

já estava em duvida se o disco do rui veloso era de 1983 ou de 1986

quando fala da música e som aparece lá um 1986 em vez de 1983

http://museuboom.no.sapo.pt/recortes.html

António Luís Cardoso disse...

Boas, CR.

de facto, "passa depressa", por isso "boom" parece-me um termo feliz, no sentido da efemeridade da coisa; quanto à interpretação do texto, há lógica no que diz (corrigi, obrigado).

De facto, o problema estava mesmo nos sons mais modernos, mas também é um facto que com Veloso a exigência passou a ser a língua portuguesa: vejam-se o caso dos Street Kids que, depois de dois singles em inglês, lançam "Trauma" em português; e dos Taxi, que tiveram de reconverter o seu álbum de estreia (pensado para inglês)para a língua lusa, a pedido, melhor, a mando da editora.

Por outro lado, os Tantra fazem exactamente o contrário com "Humanoid flesh"...

As secções temporárias terão arquivo no site.

Quanto ao lapso (1986), corrigido. Obrigado!

Um abraço e ao dispor das sugestões.

ALC

Nota: é tb o nick "rc"?

rc-cr disse...

Os SK voltaram ao inglês e o mesmo aconteceu aos Taxi :)

António Luís Cardoso disse...

Verdade.

E agora, 2009, pode-se acrescentar: os Taxi regressaram ao português.

Abraço.

ALC